A menina Alessandra, 6, mama garapa, mistura de água com açúcar
Alexandre Lima/Divulgação
Esse documentário que retrata o panorama geral da fome em um Brasil escondido. Garapa, produção de José Padilha (2009), acompanha a realidade de três famílias do Nordeste brasileiro. Com narrativa densa e árdua, conduz a fome como parte de uma estrutura simbólica, produto da desigualdade social, tão presente na macropolítica. Garapa associa a fome ao desemprego e a consequente falta de recursos, traça a vida mesclando os sentidos sociais aos pessoais, refletindo o painel da pobreza de mulheres como vítimas e resistentes, e maridos alcoólatras fragilizados face a famílias imobilizadas dependentes de um assistencialismo governamental insuficiente. Mesmo assim, é possível notar que, apesar do pouco que se tem, divide-se a comida, afirmando que a comensalidade está presente, embora seja orientada pelo padrão cultural do “comer para viver”.
Por: Ana Carolina Magalhães